Tuesday, June 27, 2006

Auto-retrato, Ana Hatherly

Este que vês, de cores desprovido, o meu retrato sem primores é e dos falsos temores já despido em sua luz oculta põe a fé. Do oculto sentido dolorido, este que vês, lúcido espelho é e do passado o grito reduzido, o estrago oculto pela mão da fé. Oculto nele e nele convertido do tempo ido escusa o cruel trato, que o tempo em tudo apaga o sentido; E do meu sonho transformado em acto, do engano do mundo já despido, este que vês, é o meu retrato. Ana Hatherly

4 comments:

Woman Once a Bird said...

Maravilhoso. Não conhecia, de todo.

Dirim said...

ela é mesmo fantástica :)

Anonymous said...

A existência de tais palavras belas estava-me ocultada. Agora já não. obrigada. Gostei muito.

Dirim said...

De nada :) não tens que agradecer.