Este que vês, de cores desprovido,
o meu retrato sem primores é
e dos falsos temores já despido
em sua luz oculta põe a fé.
Do oculto sentido dolorido,
este que vês, lúcido espelho é
e do passado o grito reduzido,
o estrago oculto pela mão da fé.
Oculto nele e nele convertido
do tempo ido escusa o cruel trato,
que o tempo em tudo apaga o sentido;
E do meu sonho transformado em acto,
do engano do mundo já despido,
este que vês, é o meu retrato.
Ana Hatherly
4 comments:
Maravilhoso. Não conhecia, de todo.
ela é mesmo fantástica :)
A existência de tais palavras belas estava-me ocultada. Agora já não. obrigada. Gostei muito.
De nada :) não tens que agradecer.
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