Friday, March 27, 2009

Palcos - Teatro (s)

As minhas primeiras memórias do teatro são ténues: a primeira peça a que assisti não me deve ter deixado quaisquer marcas, já que não faço a menor ideia de qual tenha sido. Aos dez anos tive a minha primeira (e única) experiência como participante (mais ou menos) activa. Puseram-me uma fita rosa no cabelo como elemento de identificação com um coro manhoso. Acho que a peça se chamava Silent Night (obviously, era sobre o Natal e em inglês, pelo menos a música que cantávamos). Depois disto, as recordações conduzem-me à Trindade, mas para ver bailado, e não teatro. E até aos "Cavaleiros da Távola Redonda", com o Rui Mendes a encarnar Artur, na Malaposta - já lá vão muitos anos -, há um grande período em branco. Nesse período, é possível que não tenha ido ao teatro a não ser naqueles círculos pequenos de teatro amador, nos quais, nos finais dos 80 e inícios dos 90 toda a gente participava. "Redescobrir" já faz parte de uma altura em que o teatro era (mais ou menos) regular na minha vida. Era um longo monólogo, com um actor cujo nome não memorizei, mas que amei. Vi esta peça duas vezes: em Lisboa, e Coimbra. Chegada ao centro, o Gil Vicente foi meu espaço adoptivo - o café era maravilhoso - e era palco para as representações da Escola da Noite. Se bem que a peça que mais gostei de assistir aqui nem foi da Escola da Noite, mas sim, de uma companhia francesa, cujo nome o meu alzheimer me impede de recordar. Corria o ano de 1999, quando, casualmente, acabei na sala estúdio do Dona Maria para ver a Fernanda Montenegro e a Guida Maria numa interpretação (violentíssima) em que a filha anunciava à mãe que pretendia suicidar-se nesse dia. Nightmother foi uma peça que me afectou profundamente. Voltei àquela sala inúmeras vezes, aliás, aquele teatro foi minha companhia durante meses, durante os quais, passava horas no café do teatro (na altura, com este nome). Também tenho um carinho especial pelo Teatro da Trindade (o meu primeiro teatro). E há teatros nos quais nunca entrei - cuja memória que tenho não passam de ruínas e que me parece que lá me sentei. Antes do acaso me levar aqui, passava tardes aqui e no seu grande jardim (partilhado com o Museu do Traje).

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