Conheci-a na voz de F.B. Tarde de sexta, nas aulas do nosso contentamento. Leu-nos um excerto de A Paixão Segundo G.H. que captou imediatamente o meu interesse.
Encontrei-a um ano ou dois depois. Não li muito, ou exaustivamente; tive que impor algumas pausas, porque a sua voz delineada nas linhas das letras não pode ser ouvida rapidamente. Ou ser rapidamente esquecida. Li-a na lentidão dos dias, releio-a periodicamente, deixando-a desfolhar-me despudoradamente os sentidos.
Encontrei-a hoje, nas páginas da Denise, do Síndrome de Estocolmo. Do fenómeno da escrita, a voz. O sotaque estranho, o semblante sempre carregado, mas ainda assim, estranhamente acolhedor nas palavras que desfia ao longo da entrevista. A ouvir com atenção.
1 comment:
Não consegui ouvir a Clarice (não sei o que tenho de fazer para ver os videos...) mas este texto do post está muito bonito. Uma brilhante homenagem a uma fabulosa escritora.
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