"Sou o centro do meu Universo, o centro do Universo, e nas minhas angústias supremas, grito com Michelet:«O meu eu, arrebatam-me o meu eu!» (...).
E querem enganar-nos com o engano dos enganos, e dizer-nos que nada se perde, que tudo se transforma, muda e evolui, que a mais pequena parcela de matéria não se aniquila, nem se desperdiça a menor quantidade de força; e há quem pretenda consolar-nos com isso! Pobre consolação! Não curo nem da minha matéria nem da minha força, porquanto elas não me pertencem senão na medida em que sou eterno. Aquilo a que eu aspiro não é submergir-me no grande todo, na Matéria, ou na Força, infinitas e eternas, ou em Deus. Aquilo a que eu aspiro não é ser possuído por Deus, mas a possuí-lo, a fazer-me Deus (...)."
Miguel de Unamuno, Do Sentimento Trágico da Vida
A verdade é que nunca escapamos a esta irredutibilidade de ser. Ainda que a desdenhemos, que a teorizemos, que nos tentemos convencer que somos nada. Mas somos. Desejantes, pelo menos. Desejamos ser, ser sempre, ser eternamente. Aspiramos a nunca deixar de ser. Quem? Nós, obviamente. E a dor de cada um não pode ser economicamente comparada à dor de outrém. A César o que é de César.
1 comment:
Desculpe o despropósito e queira passar a publicidade mas a sua participação faz falta aqui!
http://absolutamenteninguem.blogspot.com/2007/08/esquerdalhas-e-faschizoides-5.html
Grato
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