"Digo-te aquilo que descobri. Podemos partilhar conhecimentos, mas não a sabedoria. Podemos encontrá-la, podemos vivê-la, podemos ganhar importância com ela, podemos fazer maravilhas com ela, mas não podemos comunicá-la e ensiná-la. Foi isto que por vezes pressentia, quando ainda era um aprendiz, aquilo que me afastou dos mestres. Descobri uma ideia, Govinda, que tu tomarás por troça ou por loucura, mas que é a minha melhor ideia. É assim: para cada verdade, o contrário é igualmente verdade! Mais concretamente: uma verdade apenas se deixa exprimir e envolver em palavras quando é parcial. Tudo o que pode ser pensado com o pensamento ou dito com palavras é parcial, tudo é parcial, tudo é metade, a tudo falta a totalidade, integridade, unidade. Quando o sublime Gotama ensinava acerca do mundo, era obrigado a dividi-lo em Sansara e Nirvana, em ilusão e verdade, em sofrimento e libertação. Não podia ser de outra forma, não há outro caminho para os que querem ensinar. Mas o mundo, aquilo que existe à nossa volta e dentro de nós, nunca é parcial. Uma pessoa ou uma acção nunca são completamente Sansara ou completamente Nirvana, uma pessoa nunca é completamente santa ou completamente pecadora. Pode ser assim, porque estamos subjugados pela ilusão de que o tempo é algo real. O tempo não existe, Govinda, vi-o inúmeras vezes."
2 comments:
Er... by Herman Hesse in "Siddartha"?
Ou by Dirim in "The Cat's eye"?
Felizmente passou por cá o "All-seeing eye".
Lol.
by Herman Hesse, evidentemente :) está entre aspas. Nunca coloco textos meus entre aspas :)
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