Porque não abdico de sete palmos de terra para ninguém:
Eu só quero que sejas quem tu realmente és .
Magnífico episódio!!!
Sustenho a respiração do princípio ao fim e controlo a vontade de anotar tudo. Mas mesmo tudo.
Magnífica a cumplicidade despropositada de Ruth para com a filha a quem ainda no episódio anterior gritava para que fosse trabalhar. Claire, sóbria, ouve tudo, pouco confortável nos seus novos sapatos de menina bem comportada. Totalmente espartilhada pelos collants obrigatórios que a tornam "muito feminina" e "muito adulta". Sufoca o espírito, sufoca o sonho na norma dos dias. Troca absoluta de papéis: Ruth tornada Claire e Claire morta lentamente no processo de tornar-se Ruth. Soberba escalada ao mundo dos adultos.
"Pode alguém ser quem não é?" (Sérgio Godinho)
7 comments:
Pode ser... uma vez que o Ser Humano é mutável. Em permanente transformação. (re)descobrimo-nos diariamente. No entanto, creio que alguém pode ser quem não é aos olhos dos outros. Que criaram expectativas. Que pintaram uma imagem - essa sim, frequentemente, estática. Quando o esboço inicial se revela um desenho grotesco, tendemos a achar que esse alguém mostrou ser outra pessoa. Mas não. Geralmente, esteve sempre lá. à vista de todos os que, realmente, quisessem VER.
Concordo inteiramente WOAB magnífico episódio!!! Além do fantástico diálogo entre a Claire e a Ruth, teve outro momento bastante alto no diálogo entre o Billy e o Nate: "Love isn’t something you feel, it’s something you do...".
Sobre o que nós somos, o que os outros querem que sejamos ou o que somos perante os outros (os vários eus) deixo-vos um excerto do Cancioneiro e Woab espero que continues a sorrir... muito.
“Faze canteiros como os que outros têm,
Onde os olhares possam entrever
O teu jardim com lho vais mostrar.
Mas onde és teu, e nunca o vê ninguém,
Deixa as flores que vêm do chão crescer
E deixa as ervas naturais medrar.”
Por isso dizia que tinha vontade de anotar tudo, mas mesmo tudo (o diálogo entre Claire e a Tia, por exemplo).
Excerto maravilhoso.
Fez-me sorrir. ;)
Já vi a série toda e vai ser magnífica até ao final. Todas as personagens são do mais verdadeiro que há e traduzem muito bem aquilo que vamos encontrando no nosso dia-a-dia.
Nós estamos sempre a ser quem não somos, ainda que o que somos esteja sempre lá. Velado. Não compreendido pelo outro. Vivemos numa sociedade esquizofrénica. Mas, há um momento, em que se torna insustentável ser quem não somos. A partir daí, somos nós. Inteiramente.
lol. eu gostava de saber o que é ser. depois gostaria de saber o que é ser nós, e depois gostaria de saber o que é ser não-nós. e só depois poderia participar nessa conversa.
mas bem. o episódio foi mesmo bom. a cena da foto que colocaste está muito engraçada, e o que mais gostei foram os dois momentos com a Claire. O dela com a mãe, que referes no post, e o dela com a tia, porque toca muito directamente no meu universo pessoal, como poderás certamente imaginar.
Cheguei aqui, só para dizer que concordo inteiramente com o comentário de gaia.
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