Já não se fala da guerra na Serra Leoa. No entanto os meninos soldados continuam a lutar noutros conflitos da zona. As causas dessa guerra continuam aí, pelo que a paz é precária. E por essas causas os meninos soldados, de infâncias roubadas pelos interesses ocidentais e líderes africanos, continuam a ser recrutados e instruídos pela violêcia. Meninos e meninas servem como moeda de troca por diamantes, escravizados e convertidos à prostituição.
Ainda que sejam os nativos africanos que morrem nesses conflitos, as armas e o dinheiro chegam da economia ocidental; e as riquezas seguem rumo às multinacionais estrangeiras. Ainda que, tão pouco se possa falar da ingenuidade dos líderes africanos, pois são eles que pactuam com as multinacionais.
As armas são pensadas e fabricadas com as características ideais para o uso e manuseamento de uma criança, como se de um brinquedo se tratasse.
Propor um plano de ajuda para um continente como África não será fácil. No entanto, a solução não estará de trás das secretárias das capitais ocidentais, a quilómetros de distância da realidade e cultura africana. É possível que da Europa possa sair a solução humanitária e a ajuda ao desenvolvimento económico de África, mas não enquanto for sinónimo de diamantes, petróleo e futebolistas.
PS o título é do conhecimento público de Marylin Monroe; o texto está baseado numa entrevista que li - como tantas outras entrevistas e reportagens sobre África. Desta vez decidi fazê-lo pela indignação que sinto e por respeito às pessoas como o C. Caballero que vive hà 14 anos na Serra Leoa e se dedica a esses meninos soldados, tentando ensinar-lhes outros verbos que não os da violência.
Sunday, January 22, 2006
"Os diamantes são os melhores amigos da mulher."
Já não se fala da guerra na Serra Leoa. No entanto os meninos soldados continuam a lutar noutros conflitos da zona. As causas dessa guerra continuam aí, pelo que a paz é precária. E por essas causas os meninos soldados, de infâncias roubadas pelos interesses ocidentais e líderes africanos, continuam a ser recrutados e instruídos pela violêcia. Meninos e meninas servem como moeda de troca por diamantes, escravizados e convertidos à prostituição.
Ainda que sejam os nativos africanos que morrem nesses conflitos, as armas e o dinheiro chegam da economia ocidental; e as riquezas seguem rumo às multinacionais estrangeiras. Ainda que, tão pouco se possa falar da ingenuidade dos líderes africanos, pois são eles que pactuam com as multinacionais.
As armas são pensadas e fabricadas com as características ideais para o uso e manuseamento de uma criança, como se de um brinquedo se tratasse.
Propor um plano de ajuda para um continente como África não será fácil. No entanto, a solução não estará de trás das secretárias das capitais ocidentais, a quilómetros de distância da realidade e cultura africana. É possível que da Europa possa sair a solução humanitária e a ajuda ao desenvolvimento económico de África, mas não enquanto for sinónimo de diamantes, petróleo e futebolistas.
PS o título é do conhecimento público de Marylin Monroe; o texto está baseado numa entrevista que li - como tantas outras entrevistas e reportagens sobre África. Desta vez decidi fazê-lo pela indignação que sinto e por respeito às pessoas como o C. Caballero que vive hà 14 anos na Serra Leoa e se dedica a esses meninos soldados, tentando ensinar-lhes outros verbos que não os da violência.
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2 comments:
E o Homem o pior inimigo do Homem...
Há muito que ouço que África é um continente perdido. Recordo um dossier - publicado numa revista africana - sobre o tema: porque não consegue África desenvolver-se? África não é um continente homogéneo. E perdida estará, eventualmente, toda a humanidade. A paz exige um esforço de aprendizagem muito maior quando se convive toda a existência com a necessidade de sobreviver. E quando essa sobrevivência encarna uma única sabedoria: estar vivo não é tudo.
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