Sunday, December 25, 2005

Desejos

... quero este livro....

7 comments:

A. said...

E mais alguma coisa??
:)

Anonymous said...

este sujeito não jogou no Sporting?

Dirim said...

Pois... que é muito bom já eu sei, porque o vi na Bulhosa... o Five Lives nunca vi.. gosto muito do trabalho dela - sobretudo em fotografia e aquele documentário que ela fez sobre o Mundo Submarino - sublime...

GlamBlamBlam said...

Será que ela foi fotografar a África para limpar a consciência bem suja pelas suas contribuições notáveis à glória e a propaganda nazis ?

Dirim said...

Não sei, Horvallis. Sinceramente, não sei. Isto é, conheço um pouco da história da Riefenstahl, mas não o suficiente para fazer um julgamento objectivo. Nunca consegui ver até ao fim o Triunfo da Vontade (e o que vi foi mesmo porque o filme fazia parte da filmografia obrigatória numa cadeira que tive na faculdade). Apesar da excelente fotografia despertou-me um sentimento de cansaço de tanta propaganda. Saberia ela exactamente, ainda nos idos anos 30 o que iria tornar-se o regime nazi? Não sei. A restante colaboração também desconheço, bem como o julgamento que a ilibou. Mas penso que o trabalho dela e a sua própria personalidade - marcada por uma extrema força - são admiráveis. E admirável é também este livro e o documentário de que falo no comment anterior. Penso que a fotografia é um modo de ver. Se eu fosse a África fotografar exactamente as mesmas pessoas que ela, por certo que nunca conseguiria representá-las como ela o fez: como pessoas com um imenso poder e belas.

GlamBlamBlam said...

Dada a idade da Leni Riefenstahl, na época, e mesmo se ela
não podia prever o genocídio dos Judéus, ela não podia ignorar o
teor racista da ideologia de Hitler. Hitler começou as suas campanhas durante os anos vinte. Ela não podia ignorar nada, pois a base da ideologia nazi era a
idéia da raça superior - obviamente, se havia uma raça superior havia outras
inferiores. Em 1933 muitas pessoas na Alemanha já tinham entendido de que tipo de regime se tratava, e mesmo muito antes. Os filmes são uma evidência de que ela conhecia a ideologia nazi e sabia perfeitamente como a traduzir nas
imagens. Durante os Jogos Olímpicos, Hitler se foi embora, zangado, quando Owens, o atleta americano negro, venceu. Foi ela quem realizou o filme dos Jogos, mas ela não mostrou essa imagem de Hitler. Por isso, acho bastante cínica as sua viagens a África, as suas exibições com crianças que ela dizia amar. Não posso deixar de pensar que ela fez isso para limpar a sua imagem para a posteridade. No Reich, quem não era muito simpatizante do regime não podia ter o tipo de trabalho importante que ela teve, especialmente na propaganda.
Mas concordo com você que ela foi uma artista talentosa, mas os seus trabalhos sobre a África, apesar das fotografias belas, me parecem uma obscenidade.

GlamBlamBlam said...

Ela, como escritor francês Céline, fazem parte dos artistas ou autores problemáticos. A obra é excelente, mas as escolhas políticas do autor são o problema.
Há alguns anos, encontrei um livro de Salazar traduzido para francês. O prefácio elogioso era de Maurice Maeterlinck, um autor de que gostava muito. Decepção.
Chegamos ao antigo debate para saber se quando o autor é genial a gente se deve importar com as suas opiniões políticas e outras coisas mais condenáveis como o racismo ou crime. Será que o critério no que respeita à moral do autor deve interferir na nossa avaliação da obra ?
Não tenho resposta...
Mas tenho problemas com alguns deles. Posso admitir o talento de Riefenstahl, entender que ela foi Nazi e trabalhou para a glória de Hitler, mas acho a história da África chocante.