Tuesday, September 20, 2011

O Telefonema

Kirsty Mitchel

"Sim, sou eu."

Tinha adiado aquele telefonema quase um mês. Receava o 'não' que já dava como certo. Temia a reacção. E a ideia do depois, o ter de começar de novo assustava-a o suficiente para ir adiando o problema. Sim, assumia-o agora: era um problema e como tal tinha que ser tratado.
Naquele momento já não havia escapatória, já não podia voltar atrás, ou desligar o telefone assim de repente. A voz dele soava poderosa, como a conhecia do aparelho por onde o escutava todas as manhãs.
Tentou não gaguejar [tinha ensaiado o que dizer algumas vezes antes de pegar no telefone], tentou parecer [ser] firme na voz e nas intenções. Explicou-lhe directamente ao que vinha.
Quando por fim o ouve dizer: "quero muito ler o seu trabalho e tomar um café consigo" ainda não tinha dado conta que tinha os olhos a lacrimejar.

1 comment:

Anonymous said...

We met (again) with a .....

http://www.youtube.com/watch?v=bZkikLwDKqY