Tuesday, November 09, 2010

Não sendo uma cachopa muito dada a confianças, tenho um grupo de amig@s com @s quais mantenho relações de grande intimidade - e isto implica transparência nos conteúdos das conversas e na expressão corporal: com muitos abraços, mãos e braços dados na rua, beijos e muitos risos e lágrimas à mistura.
Porém, tal como no resto, as relações não são 'a preto e branco' e quem está excluíd@ deste grupo não está obrigatoriamente incluíd@ n@s que recebem um aceno de cabeça como cumprimento. Há quem permaneça no limbo onde as minhas necessidades de 'espaço vital' se expandem e contraem consoante as inúmeras variáveis envolvidas. Na prática: ora umas vezes estão com o pézinho no primeiro grupo ora fora dele. Era o caso de M.



Quando enviei um mail coletivo a pedir referências para uma pequena obra caseira, nem estranhei que a resposta dele começasse com 'olá giraça', surprendeu-me, porém que o mail continuasse com a oferta de ele próprio fazer o trabalho e terminasse com alusões à necessidade de receber uma massagem das minhas mãos de fada (seguida da pergunta: 'tu sabes fazer massagens?'). Ora, qualquer um(a) das pessoas incluídas no primeiro grupo sabe que eu faço massagens magníficas!!! Concluindo: esta pessoa não pertence ao primeiro grupo!

Optei pela estratégia de ignorar a questão das massagens e respondi-lhe questionando a sua preparação para fazer a obra em questão. Quando recebo nova resposta com mais referências às massagens achei que era altura para pedir ajuda à minha cara metade (achas que estou a ser preconceituosa? Achas que esta sensação de abuso sobre a minha confiança é exagerada? Achas que sou tarada que estou a ver alusões sexuais onde elas não existem? Achas que... ??)
A minha cara metade responde com o ar magnânime: "tu e só tu é que conheces os teus amigos e quais os que estão no teu grupo privilegiado. Não o conheço, nunca o vi ou falei com ele, pelo que não posso opinar legitimamente sobre semelhante conteúdo epistolar".
Fervi enquanto sentia a minha massa encefálica a mudar de forma. De repente, via-me prestes a enviar a minha cara metade para o grupo do limbo! Foi então que me recordei que a minha cara metade já conhecera o batismo e que os limbos, efetivamente, não existem e que, também nestas coisas ou se é ou não se é. Sem dúvidas, sem hesitações, apenas com birras.

Foto de David LaChapelle

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