Duas pessoas cujas vidas se cruzam e decidem juntar-se. Anos mais tarde, embora ambas as partes reconheçam o fracasso da relação e do convívio, há uma que decide 'dar o salto'.
Neste caso, é ela. Na verdade, ele também. Simplesmente, nesta história, ele é o mais comodista, pelo que, para além de não ter mudado nada face às queixas permanentes dela, também não quer mudar nada, apesar de reconhecer que "aquilo não é vida para ninguém". Ela queixa-se que ele não partilha nada com ela: "depois de jantar, vai ver televisão ou jogar playstation". Ele teme a solidão (da sua própria companhia) que dá como certa depois da saída dela. E talvez tema também perder o conforto que é não ter de se preocupar com refeições e lida da casa.
Para ela, a gota de água foi quando, face a uma fragilidade física, ele afirmou não ter dinheiro para co-participar na operação a que ela se sujeitaria. Dizia-mo enquanto chorava. Os seus olhos azuis a fecharem-se na dor. Não interessava que a família dela ajudasse nas despesas clínicas, porque ele falhara no essencial: "era com ele que eu deveria contar". Sim, deveria ser ele que devia estar com ela frente ao médico. Era ele que ela queria que a tivesse ido buscar à clínica.
Mas ela esteve sozinha. Sempre só.
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