Wednesday, January 21, 2009

A palavra que falta a Lídia Jorge

Lídia Jorge fala com emoção a Francisco José Viegas acerca dos seus livros, dos autores de companhia (como os animais de companhia, os verdadeiros amigos): Virginia Wolf, Milan Kundera, Virgílio Ferreira, William Faulkner, entre outros. Noto-lhe uma paixão que reconheço ao descrever uma imagem do livro "As velas ardem até ao fim", do Húngaro Sándor Márai. Descreve a cena em que um homicídio está iminente. Mas não é um assassinato qualquer. Trata-se de um amigo que pode matar outro amigo. Que nome se dá a este tipo de crime, interroga-se a escritora? "Temos fratricida, parricida, homicida, matricida, infanticida, mas não há palavra para definir o crime de morte de um amigo sobre outro. Temos que inventar a palavra", sugere Lídia. Lídia Jorge parece saber que as mortes nas amizades são suficientemente comuns para que se crie uma palavra específica para tal ignomínia. "Amicicida, talvez", remata. Picture by Steve Winter

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