Tuesday, April 29, 2008


Acordar, ser na manhã de Abril
a brancura desta cerejeira;
arder das folhas à raiz,
dar versos ou florir desta maneira.

Abrir os braços, acolher nos ramos
o vento, a luz, ou o que quer que seja;
sentir o tempo, fibra a fibra,
a tecer o coração de uma cereja.

Eugénio de Andrade


2 comments:

Esplanando said...

Uma cerejeira em flor já é poesia...

Anonymous said...

lindo.