Por vezes, apetecia-me acabar com os relógios. Não ter de olhar para o pulso, para as paredes, para os marcadores de horas pendurados e perceber como o tempo se escapa.
Por vezes, apetecia-me que não houvesse horas: para comer, para dormir, para trabalhar, para namorar e que o tempo nada mais fosse que o passar das estações, do sol a pôr-se e a levantar-se.
Por vezes, apetecia-me não ter de comer e poder jejuar durante o tempo que me apetecesse sem ter de me preocupar com as quantidades de nutrientes e sais minerais que o meu corpo vai reclamar.
Por vezes, também me apetecia não ter de existir. Não ter de dormir e acordar. Não ter de sair da cama e enfrentar um mundo que, cada vez mais, me cansa.
Por vezes, apetecia-me não ter de ser eu e poder usar uma máscara colorida.
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