Sunday, September 10, 2006

Cuisine of a Failed Romance

A Dirim e a WOAB aceitaram um desafio em conjunto: entrar nas cozinhas deste país e entender as mezinhas dos segredos culinários. Este é o primeiro resultado das suas aturadas pesquisas e de noites em reflexão....mais subsídios chegarão.... afinal de contas.. as cozinhas deste país estão cheias de variáveis de estudo, dignas de uma tese de doutoramento. Entretanto, procuramos financiamento para poder continuar a investigar esta matéria... Tudo se inicia com um banho de água fria que, começa a aquecer. O objectivo é deixar cozinhar - lentamente - sem, contudo, queimar. Nas pessoas o processo é idêntico. Desconhecemos se é mais frequente em homens ou mulheres, pois cremos para nós (sim, é um pleonasmo) que a sacanice também não tem género. Talvez o método seja mais popular entre os homens - é uma possibilidade. Conhecemos mais mulheres que estão em banho maria do que homens, contudo isso não significa que a realidade seja igual à nossa micro-realidade. Ora, surgiu-nos uma questão há tempos... como é que se consegue manter alguém em banho maria tanto tempo? Sim, tipo... meses, um, dois ou mesmo mais anos....sem que a pessoa cozinhe, evapore, ou queime de vez? Fizemos um breve estudo de caso e obtivemos as seguintes pistas para investigação: - a conversa começa com algo do género: "sei que és a pessoa ideal para mim, mas este não é o momento ideal". - @ idiota pensa.. "bom... se eu gosto tanto de ti, então vale a pena ESPERAR pelo tal momento ideal" - momento esse que toda a gente ouviu falar, embora ninguém saiba bem quando é. E assim começa o longo banho. - este inclui, evidentemente, a mijadinha típica de marcação de território. As mijadelas tornaram-se sofisticadas com o advento das novas tecnologias. O que antes eram bilhetinhos, epístolas ou telefonemas de quando em quando passaram a ser SMS, mails, MMS e alguns telefonemas inusitados. Por vezes, podem incluir mesmo convites para um café ou jantar (tipo: vamos então comprovar se ainda sou o teu/tua mais que quê e que eu não ando a aproveitar, porque, claro... ainda não chegou o momento - o tal momento, estão a ver?). Para @s mais arrojad@s podem surgir encontros com direito a envolvimento físico. - entretanto, as criaturas vão - lentamente cozinhando. Naquele molho insalubre nem têm vontade de sair e mandar a panela às urtigas, nem sabem se hão-de ficar. Mas ficam. Caso contrário, teríamos a situação do caldo entornado (às vezes acontece, mas isso é matéria para outro post). Não há classe social, género, religião ou etnia que esteja imune a este fenómeno. Ora, é no meio das panelas, molhos e afins que nos surge então a questão.... A ser verdade que a sacanice não tem género, fica também assim provado que a arte da cozinha também não. Afinal de contas, controlar o tacho em lume brando ou em banho maria exige requintes de especialista culinário.
P.S. O título é roubado a uma foto do nosso estimado Witkin - a respectiva fotografia não era a mais apropriada... (sabem como é o sr. Witkin) mas lá chegaremos :) A fotografia que ilustra o post é de Abelardo Morell.

2 comments:

salomé said...

Ficarei, em banho maria, à espera de outras descobertas! Tão condimentadas quanto estas :)

Tamodachi said...

Sabiam que os sapos se deixam cozinhar em lume brando, mas não de deixam enfiar directamente em água quente?