"A areia debaixo dos pés, o mar por perto, não muito distante do búzio que levava ao ouvido para ouvir as ondas. Estava a fazer o que aprendera há anos. Esquecer. Apagar tudo. Escrever de novo os pequenos parágrafos da sua história pessoal. Pintar um quadro diferente da última meia hora, desde o momento em que se virara e sorrira à pergunta «sabe dizer-me como...?» Não era fácil o trabalho de esquecer. Mal acabava de esquecer uma coisa e de a escrever a seu gosto, logo aparecia outra a precisar de correcção. E acabava sempre por chegar à única coisa em que não queria pensar - que estava a esquecer-se de quem era."
In Último Acto em Lisboa, Robert Wilson
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