Sunday, November 13, 2005

Quilómetros....

Cento e setenta e cinco quilómetros. Foi a distância que percorri para ir ver uma amiga. Tive tempo de ouvir The Cure e de confirmar que a associo Friday ao Etc... :) às noites em que toda a noite custava 300 escudos. Em que o porteiro nos deixava entrar só para dar um pé de dança e depois sair... penso que nunca conheci porteiros tão simpáticos quanto os do Etc... (embora nem sequer me lembre da cara ou do nome do sr...).

Recordo o gueto onde estendíamos a roupa. A fila de fogões campigás que se via no balcão improvisado da cozinha. Relembro as discussões com uma colega de casa por causa do seu catolicismo tacanho - ou da minha falta de tolerância para com ela... a humidade que escorria pelas paredes e que encharcava a minha cama... as noites passadas na conversa num dos cinco quartos da casa... e o cheiro a tabaco que não se conseguia tirar da roupa :( o telefone que tocava e o dia em que o Múmia me ligou. As noites passadas em casa dos mosqueteiros... e os pastéis de nata do café do sr. Zé. A dieta da Cláudia... e o amor platónico do Carlos por ela.... por acaso nem sei como terminou a história...

Hoje, estamos diferentes... crescemos. Fomos obrigad@s a ser adult@s. Alguns(mas) já estão casad@s, outras com filhos. Tod@s com um percurso, aparentemente, tão definido que é difícil encontrar curvas com estações de serviço. Contudo, serviu para confirmar que a empatia que se cria em determinada altura da vida, só termina quando uma das partes assim o entende.

Ao longo destes períodos de turismo/emigração que tive, recordo muita gente. Vejo algumas das pessoas com uma indiferença estranha - como se nem @s tivesse conhecido... outr@s- que apesar de nunca mais nos termos falado - relembro com carinho. E outros com amor. Se eu morresse amanhã... a quantas pessoas não teria dito que @s amo?

3 comments:

Sextosentido said...

O tempo passa e as recordações valem pelos paladar doce que nos deixam no presente...

Anonymous said...

MARAVILHOSO!!!

Mas essa a única vantagem em se ter boa memória.....claro que os alguns dos que fingem ser Seres Humanos e a quem os deuses decidiram que o cérebro já era tão limitado que não valeria a pena ter memória, para esses as recordações são como as nuvens que passam ....
Mas sim, é bom recordar, ou pelo menos lembrar qualquer coisa, tipo um gato branco de cerâmica que "caiu" ao chão e que depois eu disse à minha mãe que tinha sido a chata da minha mãe..., claro que eu não me lembrava desta história, mas para quem tem memórias em excesso....bom, tudo se lembra e eis porque agora eu cito esta história.
Mais um pequeno detalhe, sobre a amizade..., sim, existem pessoas que trilham o mesmo caminho que nós em algum momento das nossas vidas e que após mudar de sentido no cruzamento seguinte, é como se nunca o tempo tivesse passado...porque o que já existia antes era o respeito, carinho, amor e admiração pelo outro(a).

Woman Once a Bird said...

Nunca dizemos suficientemente o amor...