tag:blogger.com,1999:blog-17854741.post113533830892896170..comments2023-08-24T12:01:27.037+01:00Comments on The Cat's eye: É ou não uma questão de moralismo?Unknownnoreply@blogger.comBlogger11125tag:blogger.com,1999:blog-17854741.post-1135591837068025722005-12-26T10:10:00.000+00:002005-12-26T10:10:00.000+00:00Eu não consigo ter opinião sobre esta temática e v...Eu não consigo ter opinião sobre esta temática e vocês opinam tanto...Anonymousnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-17854741.post-1135425584586799592005-12-24T11:59:00.000+00:002005-12-24T11:59:00.000+00:00tal como já referi anteriormente, não o reduzo a u...tal como já referi anteriormente, não o reduzo a uma questão de moral e acima de tudo, isto não é um post contra a Inês Fontinha, cujo trabalho, de resto eu acho admirável. Agora, relembro mais uma vez as palavras das pessoas que trabalham - e que vendem certas partes do corpo (e não outras) - as palavras de afirmação e que dizem: nós não temos vergonha! (vê: http://www.davida.org.br/) - no site desta ONG pode ler-se "Sem vergonha de valorizar o seu trabalho. Você tem profissão!" - Para além de outras, pois não quero reduzir a missão desta ONG a esta frase. <BR/>Relativamente à questão do aluguer do corpo, eu acho que é mesmo o aluguer de certas partes do corpo - dos órgãos sexuais - que nos choca. Porque em muitos trabalhos, as pessoas alugam o corpo sim - mas outras partes - muitas vezes a mente, outras os braços, outras vendem a saúde mental, os pulmões, as pernas... enfim... mas (e esquecendo as situações de assédio) os órgãos sexuais só mesmo na prostituição. E recordo aqui que a noção de intimidade é muito diferente de pessoa para pessoa. Quanto à legalização... eu acho que não iria resolver todos os problemas destas pessoas - temos várias experiências para o comprovar - até porque para as pessoas que se prostituem sem de facto quererem, a legalização não iria ajudar grande coisa. No campo da legalização ou no da regulamentação, continuo a insistir que o mercado teria que ser regulado em todos os pontos. Se se quer interditar a prostituição - note-se que a posição do Estado português é a de punir somente quem explora a actividade sexual de terceiros. Ou seja, se alguém quer vender o seu corpo o Estado não se mete no assunto, nem impede a angariação de clientes - o que acontece noutros países (por ex. nos EUA). Só que o Estado português - que lucra com os impostos das casas de strip e de alterne, não dá quaisquer direitos às pessoas que vendem o seu corpo. Não há segurança social para ninguém, nada de descontos para reforma ou subsídios seja lá do que for. Se querem punir a prostituição então que punam também quem a ela recorre enquanto cliente(que era o que acontecia com o consumo de drogas: as punições eram para o consumidor e para o traficante - antes do consumo privado ser despenalizado). E o nosso ponto de discórdia está no facto de, neste momento, eu aceitar que alguém recorra à prostituição enquanto actividade profissional sem se sentir mal com o assunto, excepto pelo facto do estigma social e tu não. Porque é que será que eu quase que adivinho que não pensas o mesmo relativamente aos gigolôs? Porque é que será que é muito mais simples pensar que um homem pode utilizar o seu corpo separadamente dos afectos e que uma mulher não? Porque não estamos a falar dos prostitutos do Parque Eduardo VII - esses, eventualmente, poderão estar lá porque a isso se viram obrigados - tal como muitas prostitutas. Mas falamos de pessoas - homens e mulheres - que por razões diversas optaram (de livre vontade)pela prostituição. Não esqueço as palavras de um prostituto durante um encontro, em Espanha de trabalhadores do Sexo: "adoro a minha profissão! Sempre adorei sexo.. se posso ganhar dinheiro com isso, ainda melhor! - porque é que choca tanto se pusermos estas palavras na boca de uma mulher?Dirimhttps://www.blogger.com/profile/00853603423895327529noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-17854741.post-1135414998555537752005-12-24T09:03:00.000+00:002005-12-24T09:03:00.000+00:00Continuo a achar redutor dizer que a experiência d...Continuo a achar redutor dizer que a experiência de 38 anos de alguém se resume a uma questão moral. Para todos os efeitos ela esteve e está lá, ela estende a mão, não se envergonha, vai em busca, toma uma posição quando todos os outros escondem, quando todos os outros desviam o olhar ou passam ao largo. E sim, para todos os outros talvez seja uma questão de moral.<BR/>Continuo a achar que não é comparável alguém ter de "alugar" o corpo a alguém ter que repetir a mesma acção inúmeras vezes, ou passar uma série de trapinhos, ou servir à mesa. Porque na maior parte das vezes prestam contas a alguém que ainda as (os) fazem sentir ainda mais lixo. Porque tudo é muito mais íntimo e por isso, tudo muito mais frágil. E com tudo isto não quero dizer que não concorde com a legalização. Não concordo apenas com a redução a uma questão de moral.Woman Once a Birdhttps://www.blogger.com/profile/04211304996187369451noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-17854741.post-1135384409996046932005-12-24T00:33:00.000+00:002005-12-24T00:33:00.000+00:00OPINAR, em vez de OPINIAR.OPINAR, em vez de OPINIAR.Anonymousnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-17854741.post-1135384290868471212005-12-24T00:31:00.000+00:002005-12-24T00:31:00.000+00:00Aí está um assunto sobre o qual não consigo opinia...Aí está um assunto sobre o qual não consigo opiniar. Sinceramente, não consigo tomar uma posição.Anonymousnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-17854741.post-1135368107474920932005-12-23T20:01:00.000+00:002005-12-23T20:01:00.000+00:00pois, mas por essa ordem de ideias debateríamos mu...pois, mas por essa ordem de ideias debateríamos muito poucas coisas, uma vez que nem tu ou eu trabalhamos na área - quer enquanto intervenientes, quer enquanto observadoras. E ainda que estivéssemos na área poderíamos bem sentir coisas muito diferentes. As pessoas que estão na "indústria do sexo" não são um grupo homogéneo que sente da mesma maneira. Haverá motivações e vivências diferentes e nas que são comuns as formas de sentir, ainda que parecidas são diferentes. <BR/>Mas voltando ao ponto inicial.. foi precisamente por esse tipo de pensamento que comecei o texto com a citação daquela investigadora/ psicóloga. Ela conhece uma realidade diferente da da Inês Fontinha porque trabalha com grupos diferentes. As pessoas que vão ter com o Ninho não querem ser prostitutas - aqui falamos unicamente de mulheres - mas a Alexandra Oliveira vai ter com as prostitutas - quer estas estejam a trabalhar em bares ou na rua. Ou seja, o leque de pessoas que ela conhece é mais abrangente. E a afirmação que ela faz é muito forte. E quanto ao ser comparável... pois, para mim continua a ser. Continua a ser comparável com as coelhinhas da Playboy e com as top model e com muitas mais situações - será que elas também não pensam: "só valho por isto?", não esqueço as palavras da Kate Moss dizendo que era extremamente duro ser somente avaliada pelo aspecto e depois de saber como são feitos os castings até eu tive pena daquelas pessoas - será que também estas mulheres (e homens) não têm problemas de auto-estima? Então porque é que só as(os) prostituta(o)s é que são estigmatizada(o)s?Dirimhttps://www.blogger.com/profile/00853603423895327529noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-17854741.post-1135361073037119372005-12-23T18:04:00.000+00:002005-12-23T18:04:00.000+00:00Continuo a achar que não é comparável. Pela simple...Continuo a achar que não é comparável. Pela simples razão da força que uma decisão dessas tem, na maior parte dos casos. Pelo facto de as pessoas começarem mesmo a achar que não merecem melhor que aquilo, pelos outros fazerem-nas sentir que não merecem mais que uns trocos...<BR/>E poderíamos ficar aqui a debater o assunto, mesmo sem fazermos real ideia do que é viver uma situação destas.Woman Once a Birdhttps://www.blogger.com/profile/04211304996187369451noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-17854741.post-1135356525423386982005-12-23T16:48:00.000+00:002005-12-23T16:48:00.000+00:00Ah! E mais uma achega.. trabalhadores do sexo não ...Ah! E mais uma achega.. trabalhadores do sexo não são só prostituto(a)s... são também strippers e alternadeiras.. não conheço alternadeiros...Dirimhttps://www.blogger.com/profile/00853603423895327529noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-17854741.post-1135355686133426022005-12-23T16:34:00.000+00:002005-12-23T16:34:00.000+00:00E claro, nada disto invalida as situações que desc...E claro, nada disto invalida as situações que descrevo no post a seguir. Seremos capazes de distinguir quem recorre à prostituição por opção ou a quem ela se vê obrigada(o)?Dirimhttps://www.blogger.com/profile/00853603423895327529noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-17854741.post-1135355625910878312005-12-23T16:33:00.000+00:002005-12-23T16:33:00.000+00:00mas porquê? não achas também que existem diferença...mas porquê? não achas também que existem diferenças abissais entre quem tem um trabalho que escolheu e pode escolher os clientes e os que não podem? Não haverá inúmeras semelhanças entre a forma como muitas destas pessoas são tratadas pelos clientes - sendo que - podem recusá-los e a forma como inúmeros trabalhadores são tratados pelos seus patrões ou também pelos clientes - para os que lidam com o público? Só que, o recurso ao corpo para uso de serviços sexuais é sempre tido como algo terrível. Ao ouvir a Alexandra Oliveira a fazer aquela afirmação de que há mulheres que se conseguem relacionar com o seu corpo sem ser - sempre - ligado aos afectos fez-me pensar sobre o assunto. Sinceramente, não me parece que um mineiro - que vê a sua saúde degradar-se a um ritmo alucinante e que não teve alternativa à mina enquanto trabalho - muito diferente. A questão, para mim, não está em se a prostituição é boa ou má - deve ser má como as cobras - pelo que ouço. Mas sim, em que argumentos nos baseamos para dizer se tal como está hoje está bem. Não afirmo que é uma simples questão de moral, pois não acho que seja só isso. Acho degradante e preocupante que alguém tenha que pagar por sexo, mas não posso admitir que exista uma legislação que em nada protege as pessoas que se dedicam à prostituição, nem punem a quem ela recorre enquanto cliente. Se existem pessoas que escolheram de livre vontade a prostituição - como afirmam alguns mais entendidos que eu (e neles tenho que acreditar) então que se regule a profissão, ou pelo menos que se tente dar algum poder a essas pessoas. Agora se falamos a um nível profundo do que é a forma como homens e mulheres se relacionam em sociedade, ou se falamos como ambos se relacionam com os seus corpos... aí parece-me que é uma questão não só de moral mas também uma questão de poderes.Dirimhttps://www.blogger.com/profile/00853603423895327529noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-17854741.post-1135352403306275512005-12-23T15:40:00.000+00:002005-12-23T15:40:00.000+00:00Acho que existem diferenças abissais entre alguém ...Acho que existem diferenças abissais entre alguém que se prostitui e alguém que realize um trabalho para o qual excesso de qualificação, etc. Imagina só como a maior parte dessas mulheres é tratada pelos clientes... imagina só a sensação de indignidade face a alguns... Parece-me bem mais que uma simples questão de moral.Woman Once a Birdhttps://www.blogger.com/profile/04211304996187369451noreply@blogger.com